Família tem papel fundamental no apoio aos idosos com demência

FamíliaCom o envelhecimento da população, demências relacionadas com a idade, têm vindo a ganhar destaque no panorama mundial. Cabo Verde não é excepção, mas a resposta dada a estas doenças ainda se encontra numa fase inicial. Progressos têm sido feitos, estruturas e meios têm surgido, mas numa coisa todos os entrevistados parecem concordar: apesar de tudo isso ser importante, nada substitui a família.

Alguns sinais estavam lá. Há cerca de dois anos que se faziam notar, mas como a idade de G. era já avançada ninguém estranhou. Eram pequenas coisas. Um lapso de memória aqui, uma sutil desorientação ali. Depois tudo piorou.

Há dias melhores, outros piores. A família acredita que G. tenha Alzheimer, a forma mais comum de demência, mas na realidade nunca foram feitos exames que confirmem a doença.

Aliás, o diagnóstico efetivo da doença é complexo, difícil. Os médicos hesitam em dar como certo, em alguns pacientes, que que se trata de Alzheimer. Em termos de doenças foro neurológico em idosos, na verdade, o “diagnóstico” predominante em Cabo Verde são “ ‘síndromes demenciais, a esclarecer’. Pode ser Alzheimer, pode ser demência vascular”, explica a neurologista Albertina Lima.

Dados relativos a doenças, particularmente ao Alzheimer, só recentemente começaram a ser registados. Isto, devido a incipiência do país na resposta a estas matérias. Só há pouco mais de 10 anos é que o Hospital Agostinho Neto, o maior hospital do país, passou a contar com uma neurologista – principal especialidade na resposta a estas doenças -, sendo que neste momento há já duas. São no entanto as únicas médicas com esta especialidade em todo o país.

De qualquer modo, a falta de especialistas não foi o único motivo para a ausência de dados. O diagnóstico do Alzheimer é complexo e alicerça-se em exames que envolvem várias áreas (psiquiatria, psicologia, etc) e numa bateria de testes com recurso a diferentes meios técnicos de diagnóstico. entre estes destaca-se a Ressonância Magnética que só chegou à capital de Cabo Verde há cerca de um par de anos e pelas mãos do privado.

Resta o diagnóstico clínico, que mesmo assim não prescinde da RM.

Porém, as respostas estão a melhorar. “Já conseguimos identificar vários casos, fazer bom encaminhamento. Muitas vezes falta o diagnóstico de certeza, mas conseguimos fazer o diagnóstico clínico, e com boa resposta. Acompanhamos os nossos doentes, mandamos para a fisioterapia, para reabilitação, … “. Para a médica Albertina Lima, não há dúvida de que resposta está a melhorar, nomeadamente a nível do acompanhamento.

Pouco mais resta do que esse acompanhamento. É que contra a velhice, infelizmente, ainda não há cura. Contra estas doenças ditas “da idade” também não. A única coisa que se pode é proporcionar o melhor apoio ao doente.

E quanto a isso: “A família tem de assumir a sua responsabilidade e em Cabo Verde acho que temos de sensibilizar principalmente a família”, resume Albertina Lima.

Uma reportagem para ler na íntegra na edição desta Semana do Expresso das Ilhas

Escrito por 

sexta, 12 agosto 2016 06:33

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